sexta-feira, 28 de julho de 2017

Vinícolas dos Vales dos Vinhedos: Chandon

Oi!
Continuando o post anterior, vou contar um pouco das 04 vinícolas que visitamos: Hoje é a Chandon do Brasil, seguidos da Cave de Pedra, Casa Valduga e Larentis, e vou usar alguns daqueles termos que expliquei no final do post Relembrando a Toscana para definir os produtos deles!

Chandon do Brasil

Portão de entrada da Chandon

A Chandon faz parte do grupo francês LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), que é uma holding especializada em artigos de luxo. Entre as marcas do grupo estão Dior Watches, Fendi, Sephora, e a Chandon entra na divisão de vinhos e destilados, sendo hoje a líder absoluta em vinhos espumantes naturais de luxo. 
O que fez a Maison Moët & Chandon escolher Garibaldi-RS para sua sede o Brasil, foram as características naturais: microclima temperado e de noites frescas, permitindo que a maturação seja lenta e desenvolva bons níveis de açúcar e acidez na uva. É o terroir ideal brasileiro para esse segmento, ou seja, as características naturais que dão a qualidade para o vinho que se originará, conferindo fineza aromática e frescor aos espumantes. 


Nos seus vinhedos são plantadas as variedades de uva Chardonnay (cepa branca), Pinot Noir (cepa tinta) e Riesling Itálico (cepa branca). Nem todos os vinhedos são de propriedade da Chandon, eles trabalham em conjuntos com produtores locais, formando uma parceria e fidelidade na região, para isso os produtores devem seguir as técnicas de plantio e colheita da Chandon e oferecer um produto de qualidade equivalente aos próprios vinhedos da marca. Uma das características, é que as videiras são plantadas verticalmente, num sistema chamado espaldeira, sendo o mais apropriado para obter uvas de qualidade superior e melhor aproveitamento de luz natural, que resulta em maior concentração de açúcares na uva. Em outra visita guiada nos explicaram também que o plantio na vertical ajuda na questão de separar boa parte da planta do solo, e assim evitar a umidade.
Durante o passeio guiado, visitamos o laboratório onde ocorre as análises básicas de qualidade da uva e os tonéis de armazenamento do vinho, onde o Rafael, nosso guia, explicou tudo isso de uma forma mais detalhada, e pudemos experimentar um vinho base do espumante Riche, quando ele ainda é turvo pelas leveduras e ainda vai passar por outros processos para chegar no produto final, mas que é a chave da receita da Chandon, pois se for de boa qualidade, suas virtudes serão realçadas posteriormente quando pronto.

Parreiras da Chandon

Oliver e eu

1.Tonéis de aço para a fabricação dos espumantes pelo método Charmat | 2. Oliver e eu

Na visita guiada pudemos experimentar todos os produtos da casa. Um dos segredos da Chandon é a arte do assemblage, que é a harmonização de diversas cepas, reunindo o melhor de cada uma e produzir um vinho de qualidade superior ao vinho varietal. 
Resérve Brut: é o espumante tradicional da marca, de alta qualidade e claro, com padrão constante de excelência. Elaborado de um assemblage das três uvas locais, aroma floral e frutado. O método que a Chandon usa na fabricação dos seus produtos é o Charmat, quando o gás carbônico é produzido em grandes tonéis de aço inox fechados a altas pressões.


Brut Rosé: também é elaborado a partir das três uvas, mas a Pinot Noir passa por uma leve maceração para atingir a cor rosada, possui aroma de frutas vermelhas. Seu perlage é um pouco mais cremoso que o Resérve Brut porém dura pouco na boca, sendo considerado um vinho curto. Por ser mais doce, pode agradar mais os iniciantes no mundo do vinho, do que o Resérve Brut, que tem menos resíduos açucarados. 


Riche Demi-Sec: também elaborado das três uvas, é um vinho mais doce, o que chamam de "vinho de sobremesa" por ser um ótimo acompanhamento para a última parte da refeição.


Passion: completamente diferente dos outros produtos, é um assemblage das uvas Malsavia de Cândia, Moscato Canelli e Pinot Noir, tem uma cor salmão, bastante doce e eles aconselham a beber com cubos de gelo, inclusive é o desenho da caixa desse espumante. No caso, é para beber rápido para não aguar o vinho, e sim explorar ao máximo seu potencial aromático.

Excellence Brut: o carro chefe, considerado o melhor espumante natural das Américas, é a combinação da Chardonnay com a Pinot Noir, as duas rainhas das cepas branca e tinta, é um espumante com as melhores quadras dos vinhedos. Seu aroma é frutado com especiarias e de longa persistência na boca.


Excellence Rosé: feito a partir da Pinot Noir, tem aroma de frutas e pra mim ficou bem nítido o sabor de lichia, possui cremosidade e longa persistência também. Foi o meu preferido com certeza, seguido do Resérve Brut.  



Essa é a linha de produtos da Chandon, vendida em todo o Brasil e lá na loja em Garibaldi é um pouco mais barato. O site oficial deles tem uma parte com "Dicas do Enólogo" em que eles explicam as harmonizações e também indicam receitas de pratos ou drinks, vale a pena dar uma olhada para quem tem interesse em conhecer mais um pouquinho dos espumantes.

Exposição das linhas e tamanhos dos produtos

Para visitar a vinícola da Chandon é preciso agendar horário pelo email dchesini@chandon.com.br, eles atendem até 12 pessoas por vez e os horários são de hora em hora. O tour com desgustação é gratuito.

Espumantes

Como nas outras vinícolas eu vou aprofundar mais sobre vinhos, achei bacana explicar aqui algumas coisas sobre espumantes em geral. 
-Nomenclatura:
Os espumantes são classificados pela quantidade de açúcar residual, então o tipo Extra Brut é o que tem menos açúcar (também chamado de Nature) tem até 6g/L, seguido pelo Brut que é o mais comum, tem cerca de 15g/L; o Sec que não é tão comum no Brasil com concentração entre 17 e 35g/L, o Demi-Sec entre 3 e 50g/L e o Doux, ou seja, doce, acima de 50g/L.
- Espumante, champanhe ou prosseco?
Champanhe é uma marca registrada de um espumante produzido na região de Champanhe, na França. Por lei, nenhum vinho espumante produzido fora de lá poderia ser chamado de Champanhe, mas acabamos encontrando em prateleiras por aí... O Prosseco é uma uva italiana, do Vêneto, que produz o espumante de mesmo nome.
- Método de fabricação:
Os espumantes Champanhe são produzidos pela método clássico, chamado Champegnoise, onde o gás carbônico é liberado diretamente na garrafa durante a segunda fermentação. A Chandon, como eu disse lá em cima, utiliza o método Charmat. Ainda tem o método Asti, que são usados na produção de espumantes doces italianos, que consiste em uma única fermentação que é interrompida quando se atinge de 7 a 10% de álcool e cerca de 80g/L de resíduos açucarados. 


E aí, ficou com vontade de conhecer mais?
Na próxima falaremos de vinhos (:
Um beijo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Hey! Obrigada por seu comentário!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...