segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O que você aprende com a sua própria convivência

Você já deve ter ouvido falar que todo mundo volta diferente de uma viagem, certo? Todo o contato com o mundo e principalmente com você mesmo rendem reflexões sobre o ter e o ser, e é difícil voltar o mesmo com isso tudo em mente.

Eu, particularmente, aprendi muito da vida, do viver. As coisas muitas vezes não saem como a gente planeja, mas sempre devemos parar um pouco, desacelerar e ver quais são os caminhos que você pode seguir a partir do ponto que você se encontra. Eu queria estudar na USP, ser a melhor aluna da sala, me tornar uma arquiteta famosa e de sucesso... Não passei lá, não me tornei a melhor aluna da minha sala, não acho que chegarei perto de ser alguém famoso, mas olha onde eu cheguei! Viajar e estudar fora estavam sim naquela listinha de desejos, mas sem botar muita fé, sabe? Mas eu realizei e estou muito realizada com o ser que me tornei a partir dessas minhas escolhas! E isso me faz ter energia pra correr atrás de outros sonhos, de novos objetivos. Morar fora e sozinha te faz sentir capaz de conseguir fazer tudo se você realmente quiser, te faz ver que algumas coisas que te "empacavam" são apenas limites impostos a você, seja pelos pais, pelos amigos ou pela sociedade, mas já parou pra ouvir você mesmo? A voz do coração? Não precisa ser para largar tudo e viver no Camboja, mas nas pequenas coisas, quem sabe até na forma que você organiza suas coisas e tem alguém em cima, te mandando, te prendendo. Ninguém sente o que você sente, então só você é responsável por correr atrás, consertar as coisas e a vida, decidir o que você quer e o que você pensa, sair do piloto automático e dirigir a própria vida.

Você pode ler esse texto e dizer "quem é essa fulaninha de 22 anos pra dizer isso?". Não sou ninguém, mas eu tive uma experiência tão gratificante que eu quero muito compartilhar com o mundo, porque quando uma coisa te faz bem, você quer passar pros outros pra ficarem também, né?

Quando eu me vi aqui do outro lado do mundo, totalmente responsável pelo meu nariz e sozinha, sem ninguém para dar pitaco em absolutamente nada da minha vida, eu me descobri. Eu descobri coisas que eu gostava, descobri coisas em que eu sou boa, descobri outros defeitos e outras qualidades, eu me descobri inteira! Eu vi que a Isy que chegou aqui era um reflexo do seu círculo (uma mistura do exemplo e costumes/hábitos da mãe, com coisas herdadas da convivência com amigos, com a vontade de ser alguma e mudar alguma coisa que eu não sabia ao certo o quê) e a Isy que está indo embora tem uma personalidade mais definida e um propósito de vida muito claro na mente.

Eu sou uma pessoa que vive de energia, e também percebi isso aqui. A vida não é feita só de coisas boas pra ninguém, "o eletrocardiograma da vida não é uma linha reta". No meu momento ruim aqui, quanto mais eu ficava estagnada, esperando as coisas passarem, mais eu atraía coisas ruins pra mim, teve um momento que tudo estava dando errado e eu estava uma bomba relógio, uma pessoa insuportável de se ter por perto por causa do mau humor, de reclamar de tudo e todos, de ser carrancuda. Até que eu parei, respirei e agi. Tem gente que acha que eu agi por impulso, mas tudo foi muito bem pensado e sentido com muita antecedência, mas retornando ao segundo parágrafo: só você sabe o que você sente! Nenhuma mudança acontece sem ações, se eu queria que as coisas melhorassem, eu precisava fazer alguma coisa e fiz, peguei toda aquela coisa negativa (e suas fontes) e dei um rumo positivo para essa energia acumulada.

Eu sou uma pessoa difícil de perdoar... Quando pisam feio na boa comigo, eu remoo aquilo por dentro. Claro que isso não faz bem, e é só a você, porque o outro não está nem aí pra sua existência, pode ter certeza. Perdoar é libertação emocional e é o que precisamos para começar a jogar a negatividade fora. Aos poucos eu trabalhei isso, inclusive com coisas do meu passado mais remoto, e por mais que quando tocam no assunto eu não abra um sorriso, eu não vivo com aquilo diariamente no meu interior, logo, me tornei mais leve.

Nunca na vida eu estava tão feliz, era visível. Meu cabelo mudou, minha pele mudou, meu humor melhorou, meus desenhos nunca foram tão bonitos e criativos, minha fotos idem, nunca mais tive insônia, minha vontade de sair aumentou, emagreci, encontrei uma pessoa maravilhosa pra chamar de companheiro de vida, conheci lugares incríveis, minha sorte mudou, sabe? Eu passei a atrair coisas boas e positivas para mim, e eu transbordava isso.

Agora, o intercambio está há 2 dias de acabar, e eu posso dizer que sou e estou MUITO FELIZ, muito grata e renovada. Viajar, respirar outros ares, faz isso com as pessoas, além da felicidade, você aprende a viver melhor com menos, a valorizar quem merece ser valorizado, aprende a não viver com preconceitos e encontra a sua paz interior, a sua essência. Como retornar sendo o mesmo?


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